30/07/2014
Mulheres Trabalhadoras Rurais entregam pauta à Diretoria da CONTAG
A pauta interna da Jornada das Margaridas 2013, direcionada para a CONTAG, FETAGs e STTRs, que trata das relações e práticas sindicais expressas no Eixo VII da plataforma da Marcha das Margaridas “Democracia, Poder e Participação Política”, foi entregue nesta manhã pelas mulheres trabalhadoras rurais à Diretoria Executiva da CONTAG. O ato contou com a participação de diretores e diretoras da Confederação, da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR), de parceiras da Marcha das Margaridas, de coordenações regionais e assessoria.
A Secretaria de Mulheres Trabalhadoras Rurais da CONTAG, Alessandra Lunas, explicou que, nos últimos dois dias, a CNMTR aprofundou o debate e construiu esse documento com os principais pontos que precisam ser debatidos com o conjunto do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR). “Saíram oito eixos como resultado dessa reflexão. Além da CONTAG, esse debate também será desdobrado junto às FETAGs”. A dirigente completou que esses pontos da pauta mostram os desafios postos às mulheres trabalhadoras rurais e ao MSTTR. “A paridade de gênero, por exemplo, não trata apenas de uma questão numérica. Ela precisa perpassar por todos esses pontos presentes na pauta, como na igualdade de condições, no acesso à informação, dentre outros.” Esta pauta interna traz oito prioridades estratégicas: 1. Assegurar condições de igualdade para as mulheres exercerem com autonomia o trabalho sindical nas diversas secretarias da CONTAG, Federações e Sindicatos, o que inclui condições materiais, assessoria e igualdade no valor da gratificação paga a homens, mulheres e jovens, independente do cargo que exerçam. 2. Assegurar o cumprimento da política de cotas com o mínimo de 30% de mulheres nos cargos de direção das federações e sindicatos e em todas as suas instâncias de deliberação e de 50% de mulheres nas atividades de formação do MSTTR. 3. Adotar a paridade de gênero conforme deliberação do 11º Congresso da CONTAG, como instrumento de construção da igualdade no MSTTR. 4. Combater todas as formas de discriminação, violência e assédio moral e sexual contra as mulheres trabalhadoras rurais e dirigentes sindicais. 5. Transversalizar a política de igualdade de gênero no MSTTR. 6. Adotar a abordagem de gênero, geração, raça e etnia nos programas e cursos de formação sindical, bem como garantir a inclusão e visibilidade das mulheres nas diversas temáticas (especialmente história, cultura e prática sindical); o investimento em mudanças culturais, na superação das formas diferenciadas de discriminação das mulheres e no exercício sindical de forma democrática e solidária; e investir em processos formativos com recorte classista e feminista específico para o público de mulheres e jovens, em diálogo com a plataforma política e sindical das mulheres. 7. Democratizar o acesso à informação com visibilidade para as questões das mulheres trabalhadoras rurais. 8. Promover e fortalecer a inserção das mulheres no debate da reforma política e nos processos políticos eleitorais. Após receber a pauta, o presidente da CONTAG, Alberto Broch, destacou a importância desse documento para o conjunto do MSTTR. “Principalmente nesses 50 anos da CONTAG, precisamos fazer uma profunda reflexão sobre todas essas questões apresentadas. Recebo esse documento com muito respeito e valorização. Essa é uma grande oportunidade para destravarmos questões internas do movimento sindical. Afinal, as questões de gênero precisam ser trabalhadas no dia a dia.” Broch achou muito oportuno o ponto que trata do debate sobre a Reforma Política. “Temos que envolver mais as mulheres nesse debate tão importante para o nosso país.” Ao final do ato, o presidente fez um compromisso com as mulheres: “Faremos reuniões específicas da Diretoria da CONTAG para estudar e discutir essa pauta das mulheres trabalhadoras rurais.”Fonte: Assessoria CONTAG