FETAGRO recebe Banco do Brasil para discutir burocracias do crédito agrícola
Após audiência realizada no início do mês que evidenciou problemática existente para o acesso de agricultores familiares ao crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), devido a atuação dos bancos oficiais na execução do Programa que, segundo relatos, estariam condicionando a liberação do crédito à contratação de outros serviços, o Banco do Brasil, por meio de sua Superintendência Regional, se manifestou na busca de solucionar o impasse.
O superintendente interino do Banco do Brasil no estado, Edson Lemos e o assessor de agronegócio Rodrigo Nogueira, solicitaram reunião com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro) argumentando desejarem trazer esclarecimentos e buscar soluções aos problemas. A reunião aconteceu nesta manhã e contou também com a participação do deputado federal Anselmo de Jesus (PT/RO), realizador da audiência ocorrida. Anselmo de Jesus também é presidente da Subcomissão Permanente de Crédito e Endividamento Agrícola da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia.
Na reunião, o presidente da Fetagro Fábio Menezes, voltou a relatar as dificuldades enfrentadas pelos agricultores familiares no processo de contratação de crédito do Pronaf, principalmente quanto a atitude do banco em obrigar o agricultor à venda “casada” de pacotes de serviços como contrapartida para a liberação do financiamento agrícola. “Esta situação foi constatada em todas as regiões do Estado e está constrangendo nossos agricultores e agricultoras, dificultando e, até mesmo, impedindo o acesso”, observou.
“Não somos contra os serviços oferecidos pelas agencias, mas condenamos a obrigatoriedade de contratação de serviços como condicionamento para liberação do Pronaf”, ressaltou o presidente da Fetagro que voltou a pedir aos representantes do Banco do Brasil que a liberação do crédito não esteja vinculada a outros serviços.
Na oportunidade, Fábio voltou a solicitar que o banco crie em todas as agências uma Carteira especifica para o crédito agrícola para agilizar e melhorar o atendimento. “Em Porto Velho, devido a quantidade de projetos, precisamos de uma agência e uma gerência especifica para tratar o crédito agrícola e agilizar o procedimento de análise e liberação dos projetos de financiamentos”, explicou.
O deputado Anselmo de Jesus afirmou que há muita burocracia para os trabalhadores que buscam o financiamento, e também humilhação. Anselmo confessou estar aborrecido com a forma em que os bancos oficiais estão tratando a agricultura familiar, referindo a obrigatoriedade de aquisição de serviços. Para o parlamentar “essa prática está desqualificando os programas do governo federal”. Ele informou que serão realizadas audiências em outros estados para verificar se estão ocorrendo irregularidades nas demais regiões do país.
O superintendente Edson Lemos, em nome do Banco do Brasil, informou que a instituição tem a preocupação de sempre melhorar sua relação com seus clientes, e neste caso, com os agricultores familiares e a Fetagro, entidade de representatividade da categoria. Em resposta à questão denunciada, Edson assegurou que a venda “casada” de serviços não é política do banco e, portanto, será averiguada. “Estamos tomando as providencias internas e trabalharemos em prol de que isto seja extinguido”, garantiu o superintendente, dizendo ainda, em defesa, que o banco tem a missão de fomentar a agricultura familiar.
Fábio Menezes anunciou que a Federação irá colocar essa demanda na pauta de reivindicação da próxima edição do Grito da Terra no Estado de Rondônia, previsto para ocorrer no mês de agosto.
Fonte: Assessoria FETAGRO