11ª Plenária Estadual da FETAGRO debate o fortalecimento da agricultura familiar e estratégias de lutas
Começou na manhã desta terça-feira (11), no Centro de Treinamento Padre Ezequiel em Cacoal, a 11ª Plenária da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRO), com a presença de 40 Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadora Rurais (STTRs), com aproximadamente cento e vinte delegados, contemplando a participação de segmentos de jovens, mulheres e terceira idade.
A abertura do evento foi às 10 horas, com o presidente da Fetagro, Lazaro Dobri, o Lazinho; da vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) Alessandra Lunas; e do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Foi prestada uma homenagem especial ao sindicalista Udo Wahlbrink, presidente do STTR de Vilhena e Chupinguaia, que sofreu mais de oito meses na prisão, em função de conflitos agrários no Cone Sul.
Udo relatou os momentos difíceis enfrentados por ele, pela família e pelos companheiros de Vilhena, Explicou os acontecimentos que antecederam sua prisão, quando a polícia e o Ministério Público o incriminaram e mais três lideranças como responsáveis por uma reocupação de terra, mesmo sem nenhuma prova concreta ter sido apresentada no processo. No último dia 13 de novembro, finalmente, o STJ concedeu liberdade para Udo e outro preso; sendo que atualmente ainda permanecem na cadeia dois agricultores.
Alessandra Lunas fez uma exposição do cenário internacional, de crise econômica e ataque aos direitos dos trabalhadores, os reflexos que isso tem para a agricultura familiar, que responde por mais de 70% dos alimentos que vão à mesa dos brasileiros. No cenário nacional, observou que o que se vê é uma ação orquestrada pela Confederação Nacional da Agricultura, que visa implodir com o projeto de Reforma Agrária e sufocar a agricultura familiar, através da concentração do crédito para o agronegócio, da priorização das pesquisas em favor dos grandes proprietários e da tentativa de excluir os dados da produção familiar dos levantamentos governamentais que são divulgados.
No cenário estadual, Itamar Ferreira ressaltou a importância da campanha de denúncias e busca de apoios que a FETAGRO, a CUT e a CONTAG realizaram sobre a situação das prisões em Vilhena, deixando claro que qualquer ação semelhante contra os trabalhadores da agricultura em Rondônia terá a mesma firme resposta. Na conjuntura política o presidente da CUT ressaltou as dificuldades atuais do governo; o impacto nas eleições de 2014 da inelegibilidade de importantes lideranças políticas como Cassol e Expedito Junior. Falou, ainda, das dificuldades econômicas do governo estadual, da provável desaceleração da economia com a proximidade do fim das obras das Usinas e das perspectivas positivas com o início da Transposição, que deve ocorrer em breve.
Lazinho ressaltou a importância para toda sociedade, de se viabilizar a permanência e a ampliação da agricultura familiar, mesmo com o crescimento acelerado do agronegócio em Rondônia; pois a grande produção visa, principalmente, a exportação que fortalece a balança comercial brasileira; mas a agricultura familiar é quem coloca a alimentação na mesa dos trabalhadores. “O Estado não deve agir a favor de um segmento em detrimento do outro, mas viabilizar o fortalecimento da agricultura como um todo”, ressaltou Lazinho.
A Plenária, que está prevista para ser encerrada às 18 horas desta quarta-feira (12), deverá aprovar uma plano de lutas, definir as principais ações para organizar os segmentos de jovens, mulheres e terceira idade; além de eleger os delegados ao Congresso Nacional da CONTAG, que ocorrerá em março do próximo ano; quando será eleita a nova direção da Confederação, sendo que a atual vice presidente, Alessandra Lunas que é de Rondônia, é candidata à presidência da entidade.
Fonte: Assessoria CUT/RO